Postagens

Mostrando postagens de março, 2013

Persistência (Larissa Rocha)

Imagem
Luto contra o tempo aliado à distância Pois o tempo sem ti passa impiedoso E para tornar tudo mais doloroso Ainda há tua habitual inconstância E porque teu amor me é essencial Prefiro acreditar que tudo vai dar certo Que um dia vou te ter por perto Luto porque te amo de um jeito visceral Esta luta incansável simplesmente me assusta Tuas palavras me deixam hesitante E não acho a luta nem um pouco justa Luto contra o risco iminente de te perder Tenho medo de que me esqueças Pois sei que nunca vou te esquecer  Mais poemas meus  aqui

Intimidade (Fernando Namora)

Imagem
Que ninguém hoje me diga nada. Que ninguém venha abrir a minha mágoa, esta dor sem nome que eu desconheço donde vem e o que me diz. É mágoa. Talvez seja um começo de amor. Talvez, de novo, a dor e a euforia de ter vindo ao mundo. Pode ser tudo isso, ou nada disso. Mas não afirmo. As palavras viriam revelar-me tudo. E eu prefiro esta angústia de não saber de quê.

Um minuto (Larissa Rocha)

Imagem
Hoje durante um minuto olhei para ele, Fazia tanto tempo que não o via... Muito tempo, não encontrava aqueles olhos Relembrei o jeito que ele falava e sorria Lembrei-me quando ele passava por mim de manhã E me mandava aquele sorriso sempre educado Então depois levava ao chão o olhar tímido Toda vez que passava ao meu lado. E nunca escrevi para ele, que pecado! Mas sempre que ele passava Eu me perguntava se ele percebia Que o meu coração frágil disparava. E hoje, durante um minuto olhei para ele De um jeito quase obsessivo, mas ele não percebeu Sua boca se contorcia num sorriso divertido Eu vi o seu sorriso, mas ele não viu o meu. Mais poemas meus em http://www.astormentas.com/PT/par/poemas/Larissa%20Rocha   votem e comentem :)

Versos do dia

Imagem

O último poema (Manuel Bandeira)

Imagem
Assim eu quereria o meu último poema. Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Coração sem imagens (Raul de Carvalho)

Imagem
Deito fora as imagens, Sem ti para que me servem as imagens? Preciso habituar-me a substituir-te pelo vento, que está em toda a parte e cuja direcção é igualmente passageira e verídica. Preciso habituar-me ao eco dos teus passos numa casa deserta, ao trémulo vigor de todos os teus gestos invisíveis, à canção que tu cantas e que mais ninguém ouve a não ser eu. Serei feliz sem as imagens. As imagens não dão felicidade a ninguém. Era mais difícil perder-te, e, no entanto, perdi-te. Era mais difícil inventar-te, e eu te inventei. Posso passar sem as imagens assim como posso passar sem ti. E hei-de ser feliz ainda que isso não seja ser feliz. Raul Maria de Carvalho foi um poeta português,esteve fortemente ligado ao movimento neo-realista e surrealista que marcaram as décadas de 1950 e 1960 em Portugal. 

Versos do dia

Imagem

Tu eras também uma pequena folha (Pablo Neruda)

Imagem
  Tu eras também uma pequena folha que tremia no meu peito. O vento da vida pôs-te ali. A princípio não te vi: não soube que ias comigo, até que as tuas raízes atravessaram o meu peito, se uniram aos fios do meu sangue, falaram pela minha boca, floresceram comigo .

Violoncelo (Camilo Pessanha)

Imagem
  Chorai, arcadas Do violoncelo, Convulsionadas. Pontes aladas De pesadelo... De que esvoaçam, Brancos, os arcos. Por baixo passam, Se despedaçam, No rio os barcos. Fundas, soluçam Caudais de choro. Que ruínas, ouçam... Se se debruçam, Que sorvedouro! Lívidos astros, Soidões lacustres... Lemes e mastros... E os alabastros Dos balaústres! Urnas quebradas. Blocos de gelo! Chorai, arcadas Do violoncelo, Despedaçadas...     Bem, não sei você, mas eu adoro música erudita. Encontrei esse poema de Camilo Pessanha que me lembrou uma sonata para piano e violoncelo de Chopin, essa música sempre me ajuda a ter inspiração e escrever meus próprios poemas então aqui vai um vídeo com a música :   

Versos do dia

Imagem
    Poema : Custa tanto saber o que se sente Autor: Fernando Pessoa

Dia da mulher

Imagem
Gostaria hoje, de fazer uma sigela homenagem às mulheres... À mulher que é toda emoção e coragem, força e delicadeza, linda e apaixonada, principalmente às grandes mulheres da poesia em língua portuquesa,as mais conhecidas (Adélia Prado, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Florbela Espanca, Maria Teresa Horta, etc,) e as que ficaram nas sombras, e à toda mulher que, como eu, já pôs seus sentimentos em forma de verso e tornaram a literatura ainda mais bela! Obrigada, poetisas! Aqui vão alguns versos que escolhi com muito carinho para esta data:   Sou uma mulher madura Que às vezes anda de balanço Sou uma criança insegura Que às vezes usa salto alto Sou uma mulher que balança Sou uma criança que atura (martha medeiros) Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores. (Cora Coralina)    

Se ele apenas (Marina Colasanti)

Imagem
  Diz a lenda que o poeta Li Po afogou-se na noite em que embriagado quis agarrar a Lua sobre o lago. É lenda, bem se vê. Pois a verdade é que a Lua teria seguido o poeta a qualquer canto se ele apenas a tivesse chamado .