Nasce o Sol, e não dura mais que um dia (Gregório de Matos)
Neste poema Gregório de Matos reconhece a efemridade da vida e admite um paradoxo: a instabilidade do mundo como única circunstância constante.
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
  
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia? 
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, 
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância, 
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

.jpg) 
 
Comentários
Postar um comentário