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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Passei a noite toda, sem dormir (Fernando Pessoa)

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Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,  E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.  Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,  E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.  Amar é pensar.  E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.  Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.  Tenho uma grande distracção animada.  Quando desejo encontrá-la  Quase que prefiro não a encontrar,  Para não ter que a deixar depois.  Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só Pensar nela.  Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.  

Abandono (Larissa Rocha)

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A sensação é de ter acordado de um longo sono O corpo todo dormente, alma dolorida, Os olhos inchados... Marcas do abandono Na boca ainda o forte sabor da despedida! Levanto trôpega e tateio ao meu redor Tento em vão me acostumar com tua ausência, Com a ideia de que poderia ser pior, E com o fato de que estou à beira da demência. Talvez tudo isso tenha sido um sonho confuso Daqueles que se acorda pedindo socorro Com um sentimento impreciso e obtuso. Mas o sonho acabou, e minha vida foi-se também Junto com nosso sonho antigo eu morro Levando esse amor, desta vida para além. Flor Bela Rocha

Tudo de mim (Larissa Rocha)

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Eu tento muito fingir que não me importo E falho ao esconder o sentimento que só cresce… Esqueço a loucura da paixão e me comporto, Mas chega a ser ridículo, porque a paixão transparece. Ignoro o fato de que tudo nele é perfeito Mas fico pendurada em cada palavra que ele diz Tento até fingir que não notei o delicioso jeito Que o jeans se pendura nos seus quadris Aquele olhar quente derrete meu coração… Torço para que ele pare de me olhar assim Que meu coração bobo não resiste a esta tentação É com esse olhar que ele consegue tudo de mim! Flor Bela Rocha. Mais poemas meus   aqui

Deixei de ouvir-te (Maria do Rosário Pedreira)

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Deixei de ouvir-te.  E sei que sou mais triste com o teu silêncio.  Preferia pensar que só adormeceste; mas  se encostar ao teu pulso o meu ouvido  não escutarei senão a minha dor.  Deus precisou de ti, bem sei. E  não vejo como censurá-lo   ou perdoar-lhe.

Natimorto

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Tenho pena dos meus poemas Que morrem no primeiro verso Eles contariam meus dilemas Mas se perdem em outro universo Eles morrem antes da criação E se vão deste mundo Quando eu perco a inspiração Abandono o verso moribundo Ai de mim! Que mal me roubou O verso e a prosa? Que minha vida sem poesia É como espinhos sem rosa! Mais poemas meus  aqui