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Mostrando postagens de 2014

Simples assim...

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Versos do dia

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Poema: Amor, então, Autor: Paulo Leminski

Passou o outono (Camilo Pessanha)

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Passou o outono já, já torna o frio... - Outono de seu riso magoado. Álgido inverno! Oblíquo o sol, gelado... - O sol, e as águas límpidas do rio. Águas claras do rio! Águas do rio, Fugindo sob o meu olhar cansado, Para onde me levais meu vão cuidado? Aonde vais, meu coração vazio? Ficai, cabelos dela, flutuando, E, debaixo das águas fugidias, Os seus olhos abertos e cismando... Onde ides a correr, melancolias? - E, refratadas, longamente ondeando, As suas mãos translúcidas e frias...

Versos do dia

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Poema: Para ser grande, sê inteiro Poeta: Fernando Pessoa

Ausência (Carlos Drummond de Andrade)

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Por muito tempo achei que a ausência é falta.  E lastimava, ignorante, a falta.  Hoje não a lastimo.  Não há falta na ausência.  A ausência é um estar em mim.  E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus  braços,  que rio e danço e invento exclamações alegres,  porque a ausência, essa ausência assimilada,  ninguém a rouba mais de mim.

Ariel e Caliban (Larissa Rocha)

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Um deles é o sopro de ar freso em perturbada mente, O outro transforma em cinzas meu coração ardente Um é o meu porto seguro, tranquilo e bondoso, O outro é a inconstância de um mar revoltoso. Como na Tempestade de Shakespeare, eles são Assim tão diferentes, mas dividem meu coração  Meu espírito é consumido por uma dúvida vã E meu coração dividido entre Ariel e Caliban!  Flor Bela Rocha

Tua voz (Larissa Rocha)

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Tua voz envolve meu corpo com um abraço E quase posso sentir tua respiração quente Falando ao meu ouvido, tua boca bem rente,  É impossível sair deste laço…  Tua voz pronuncia o nome meu Saboreando cada sílaba… bem devagar É como se ela estivesse a proclamar Algo que sempre foi teu… Tua voz rompe o silêncio da minha mente E logo me vejo enlouquecida, Por tua voz confortada e aquecida, Não me esqueço dela por mais que eu tente.  Flor Bela Rocha

Quando eu te vejo (Larissa Rocha)

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Quando eu te vejo, reparo logo em teus olhos… Olhar escuro sensual, profundo como tua alma. Em seguida, teus dentes perfeitos num lindo sorriso, O som do teu riso me envolve e me acalma. Quanto eu te vejo, passo bem perto de ti… O suficiente para sentir teu cheiro, e inspiro O frescor do teu perfume inebriante, Poderia ter esse perfume todo o ar que respiro… E o jeito que tu caminhas triunfante Revela teu porte de semideus, Reparo em teu jeito de andar elegante. Te ver é como ter uma visão do paraíso És o mais belo dos sonhos meus, E quando eu te vejo, perco o que me resta de juízo.

Poema instantâneo (Larissa Rocha)

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Um poema Num instante Que dura um olhar Uma boca Hesitante Que anseia por beijar Uma aflição Constante De amar ou não amar!

Eu te tenho (Larissa Rocha)

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Eu conheço teus segredos Enxergo o mais íntimo de ti Tuas histórias eu já li Sei todos os teus medos Pensas que te conheço pouco? Eu vejo teu coração partido Sei qual teu livro preferido Sei mil formas de te deixar louco Eu decifro tuas poesias… Agora que conheço teu passado Posso ver teu outro lado, Eu te tenho… E tu nem sabias! (Flor Bela Rocha)

Passei a noite toda, sem dormir (Fernando Pessoa)

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Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,  E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.  Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,  E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.  Amar é pensar.  E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.  Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.  Tenho uma grande distracção animada.  Quando desejo encontrá-la  Quase que prefiro não a encontrar,  Para não ter que a deixar depois.  Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só Pensar nela.  Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.  

Abandono (Larissa Rocha)

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A sensação é de ter acordado de um longo sono O corpo todo dormente, alma dolorida, Os olhos inchados... Marcas do abandono Na boca ainda o forte sabor da despedida! Levanto trôpega e tateio ao meu redor Tento em vão me acostumar com tua ausência, Com a ideia de que poderia ser pior, E com o fato de que estou à beira da demência. Talvez tudo isso tenha sido um sonho confuso Daqueles que se acorda pedindo socorro Com um sentimento impreciso e obtuso. Mas o sonho acabou, e minha vida foi-se também Junto com nosso sonho antigo eu morro Levando esse amor, desta vida para além. Flor Bela Rocha

Tudo de mim (Larissa Rocha)

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Eu tento muito fingir que não me importo E falho ao esconder o sentimento que só cresce… Esqueço a loucura da paixão e me comporto, Mas chega a ser ridículo, porque a paixão transparece. Ignoro o fato de que tudo nele é perfeito Mas fico pendurada em cada palavra que ele diz Tento até fingir que não notei o delicioso jeito Que o jeans se pendura nos seus quadris Aquele olhar quente derrete meu coração… Torço para que ele pare de me olhar assim Que meu coração bobo não resiste a esta tentação É com esse olhar que ele consegue tudo de mim! Flor Bela Rocha. Mais poemas meus   aqui

Deixei de ouvir-te (Maria do Rosário Pedreira)

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Deixei de ouvir-te.  E sei que sou mais triste com o teu silêncio.  Preferia pensar que só adormeceste; mas  se encostar ao teu pulso o meu ouvido  não escutarei senão a minha dor.  Deus precisou de ti, bem sei. E  não vejo como censurá-lo   ou perdoar-lhe.

Natimorto

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Tenho pena dos meus poemas Que morrem no primeiro verso Eles contariam meus dilemas Mas se perdem em outro universo Eles morrem antes da criação E se vão deste mundo Quando eu perco a inspiração Abandono o verso moribundo Ai de mim! Que mal me roubou O verso e a prosa? Que minha vida sem poesia É como espinhos sem rosa! Mais poemas meus  aqui