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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Bocage

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Manuel Maria Barbosa Du Bocage foi um poeta português símbolo do arcadismo e percursor do romantismo, particularmente acho ele incrível, eu escolhi dois poemas dele, o primeiro com caracteristicas do arcadismo, já no segundo Bocage nos apresenta ao estilo do romantismo. Os dois são sonetos à maneira camoniana. Oh, tranças, de que Amor prisões me tece, Oh, mãos de neve, que regeis meu fado ! Oh tesouro ! oh mistério ! oh par sagrado , Onde o menino alígero adormece ! Oh ledos olhos, cuja luz parece Tênue raio de sol ! oh gesto amado, De rosas e açucenas semeado, Por quem morrera esta alma, se pudesse ! Oh ! lábios, cujo riso a paz me tira, E por cujos dulcíssimos favores Talvez o próprio Júpiter suspira ! Oh perfeições ! oh dons encantadores ! De quem sóis ?...Sois de Vênus ? - é mentira Sois de Marília, sois de meus amores. ******************************************** Oh retrato da morte, oh Noite amiga Por cuja escuridão suspiro há tanto ! Calada testemunha de meu pranto, De meus desg

Escuta-me Amor

Escuta-me Amor, quero dizer-te umas coisas Tem uns versinhos que preciso que leias Uns que dizem aquilo que quero te falar E não tenho chance...vê que desgraçada sou ? Até o ultimo adeus me foi negado! E tanto, tanto que já escrevi pra ti Foste o anjo que minh ‘alma cantou E amou muito... entre nós tudo morreu Agora partiste sem olhar pra trás É de teu direito me esquecer Eu guardarei tudo de bom e esperarei Que dê a alguém todo amor que não me deste. (Larissa Rocha)

Despedidas (Álvares de Azevedo)

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Sim, sei que Álvares de Azevedo é o poeta sobre qual eu mais falo, mas ele é meu poeta favorito e como já havia mencionado antes, ele sempre tem uma palavra pra mim quando eu preciso de uma tradução do que estou sentindo *-* Amoo esse cara!! *Não me esqueça pois não te esquecerei :'( Se entrares, ó meu anjo, alguma vez Na solidão onde eu sonhava em ti, Ah! vota uma saudade aos belos dias Que a teus joelhos pálido vivi! Adeus, minh’alma, adeus! eu vou chorando… Sinto o peito doer na despedida… Sem ti o mundo é um deserto escuro E tu és minha vida… Só por teus olhos eu viver podia E por teu coração amar e crer… Em teus braços minh’alma unir à tua E em teu seio morrer! Mas se o fado me afasta da ventura, Levo no coração a tua imagem… De noite mandarei-te os meus suspiros No murmúrio da aragem! Quando a noite vier saudosa e pura, Contempla a estrela do pastor nos céus, Quando a ela eu volver o olhar em pranto… Verei os olhos teus! Mas antes de partir, antes que a vida, Se afogue numa

Moonlight Sonata (Larissa Rocha)

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Esta é uma coisa que sempre quis fazer,um poema em inglês . Como grande fã de musica clássica resolvi me inspirar na moonlight sonata de Beethoven que é uma musica linda. P.S : qualquer erro de gramática consideremos licença poética ;) Para Marcelo. I hear the sonata and I see His fresh face under moonlight How lovely it is to me Although I am out of his sight The moon will go on above us And that is all we can save I don ’t make any fuss But I see , he got me like his 'lave! I know his eyes full of sadness Angel , why do you sigh ? Maybe you are loveless Then come to me, we shall stay forever ! Oh yes ! Let there be just you and I And please leave me never ! ( Larissa Rocha)

Júlio Dinis

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Júlio Dinis é o pseudônimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, romancista português nascido na cidade do Porto em 1839. Uma de suas obras mais importantes é As pupilas do senhor reitor , quanto a forma ele é considerado um escritor de transição entre o romantismo e o realismo . Hoje, quando te vi, estavas cismando; em que cismavas tu, virgem formosa, desmaiadas as faces cor-de-rosa e o seio, o gentil seio, inquieto arfando? Em que cismavas tu? De quando em quando elevavas ao céu, triste. saudosa, a vista amortecida, lacrimosa, para a baixar depois em gesto brando. No chão jaziam murchas, desfolhadas, as rosas, que ainda há pouco te toucavam, agora já por ti abandonadas. Os últimos clarões do sol douravam as tuas belas tranças desatadas; diz, que íntimos anelos te turbavam? (Júlio Dinis)

Se eu morresse amanhã (Álvares de Azevedo)

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Autopsicografia (Fernando Pessoa)

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O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. (Fernando pessoa, em cancioneiro)

A poesia

Nessas ruas desertas e melancólicas Nas florestas iluminadas nas campinas bucólicas sim, eu vejo poesia. e ela se estente poeticamente pelos corações ridicularmente para quem não entende. e o que seria se não essa poética patética um presente da natureza para os homens para que preencham o vazio de suas almas. E a poesia vem da Alma o poema é a poesia transcrita o poeta é um abençoado não pela graça divina pela Poesia... sim amigos poetas! cantemos! (Larissa Rocha)

Versos íntimos (Augusto dos Anjos)

Hoje vou falar um pouco do pré modernismo, no início do século XX a arte no Brasil seguia o modelo que vinha da Europa, era o momento de buscar um conhecimento mais real e profundo das condições de vida que podiam ser observadas em um país tão grande como o nosso, por isso a produção literária foi fragmentada e vários autores escreviam sobre suas diferentes regiões. É impossível tratar o pré modernismo como uma escola literária, ele é um período de transição que conserva várias tendências estéticas (parnasianismo, simbolismo). Como não existe um padrão estético para a produção literária adota-se um principio cronológico : começa em 1902 com a publicação de Os Sertões e 1922 semana de arte moderna. Os principais autores do pré modernismo são Euclides da Cunha, Graça Aranha e Augusto dos Anjos . No poema a seguir podemos perceber a métrica e rima rígidas típicas do parnasianismo . Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão — esta pante

Livros e flores (Machado de Assis)

Versinhos do dia xD Teus olhos são meus livros. Que livro há aí melhor, Em que melhor se leia A página do amor? Flores me são teus lábios. Onde há mais bela flor, Em que melhor se beba O bálsamo do amor? (Machado de Assis)

Não te amo (Almeida Garrett)

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Não te amo, quero-te: o amar vem d’alma. E eu n’alma - tenho a calma, A calma - do jazigo. Ai! não te amo, não. Não te amo, quero-te: o amor é vida. E a vida - nem sentida A trago eu já comigo. Ai, não te amo, não! Ai! não te amo, não; e só te quero De um querer bruto e fero Que o sangue me devora, Não chega ao coração. Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela. Quem ama a aziaga estrela Que lhe luz na má hora Da sua perdição? E quero-te, e não te amo, que é forçado, De mau, feitiço azado Este indigno furor. Mas oh! não te amo, não. E infame sou, porque te quero; e tanto Que de mim tenho espanto, De ti medo e terror... Mas amar!... não te amo, não. Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos colhidos no mais íntimo de mim... Suas palavras seriam as mais simples do mundo, porém não sei que luz as iluminaria que terias de fechar teus olhos para as ouvir... Sim! Uma luz que viria de dentro delas, como essa que acende inesperadas cores nas lanternas chinesas de papel! Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento da Poesia... como uma pobre lanterna que incendiou! (Mario Quintana)

Extasis

O poeta baiano Franklin Dória nasceu em 1836 e formou-se em direito, representante do romantismo, encantado (e ofuscado) pelos grandes nomes da época, em especial Casimiro de Abreu e Junqueira Freire, publicou seus dois livros em 1874. Quando meus olhos, solitário, prego na cruz dos templos, na extensão dos céus, alma atormenta-me infantil sossego; eu penso em Deus! quando um sorriso de esperança cheio abre em meus lábios, e me acalma a dor, feliz deveras na ilusão me creio; eu penso no amor! quando o que é belo, singular me encanta, sinto prazeres que jamais senti; luz-me entre graças uma imagem santa; eu penso em ti! (Franklin Dória)

Li um dia, não sei onde

Li um dia, não sei onde, Que em todos os namorados Uns amam muito, e os outros Contentam-se em ser amados. Fico a cismar pensativa Neste mistério encantado... Diga prá mim: de nós dois Quem ama e quem é amado?... (Florbela espanca)

Eu esperei abraçando Mozart

Uma das minhas historias para o concurso literário do http://olivrodofimdomundo.com.br/ : Nossa! 16h15min e a TV já está uma loucura! Essas emissoras são tão carniceiras, não deveria ser anti ético exibir o desespero das pessoas? Mas enfim,pensando bem já que o mundo vai acabar em uma hora eles não devem estar muito preocupados com os lucros. Mas isso me lembra...Caramba,o mundo vai acabar em uma hora!! Na verdade agora são apenas...vejamos...ah sim,50 minutos. Que azar o meu! logo agora que eu tinha acabado de me formar na faculdade,se eu soubesse que o mundo ia acabar não teria estudado engenharia aeroespacial e sim filosofia que sempre foi um dos meus hobbys favoritos,perdi o maior tempo com toda aquela mecânica e física, agora o mundo está prestes a acabar e pelo menos a filosofia teria me ajudado a reagir a isso. Ah,ótimo,o vizinho acaba de pular da janela. Sinceramente não sei o que passa na cabeça dessas pessoas,será que elas não sabem lidar com o fim eminente? acham que saque

Súplica (II)

Olha pra mim, amor, olha pra mim; Meus olhos andam doidos por te olhar! Cega-me com o brilho de teus olhos Que cega ando eu há muito por te amar. O meu colo é arminho imaculado Duma brancura casta que entontece; Tua linda cabeça loira e bela Deita em meu colo, deita e adormece! Tenho um manto real de negras trevas Feito de fios brilhantes d`astros belos Pisa o manto real de negras trevas Faz alcatifa, oh faz, de meus cabelos! Os meus braços são brancos como o linho Quando os cerro de leve, docemente… Oh! Deixa-me prender-te e enlear-te Nessa cadeia assim eternamente! … Vem para mim,amor…Ai não desprezes A minha adoração de escrava louca! Só te peço que deixes exalar Meu último suspiro na tua boca!... (Florbela Espanca)