Cantiga (Cecília Meireles)
Ai! A manhã primorosa
do pensamento...
Minha vida é uma pobre rosa
ao vento.
Passam arroios de cores
sobre a paisagem.
Mas tu eras a flor das flores,
imagem!
Vinde ver asas e ramos,
na luz sonora!
Ninguém sabe para onde vamos
agora.
Os jardins têm vida e morte,
noite e dia...
Quem conhecesse a sua sorte,
morria.
E é nisso que se resume
o sofrimento:
cai a flor, - e deixa o perfume
no vento!
do pensamento...
Minha vida é uma pobre rosa
ao vento.
Passam arroios de cores
sobre a paisagem.
Mas tu eras a flor das flores,
imagem!
Vinde ver asas e ramos,
na luz sonora!
Ninguém sabe para onde vamos
agora.
Os jardins têm vida e morte,
noite e dia...
Quem conhecesse a sua sorte,
morria.
E é nisso que se resume
o sofrimento:
cai a flor, - e deixa o perfume
no vento!
Neste poema Cecília manifesta sensibilidade e lirismo delicado intimamente ligado a natureza (manhã, vento, flores, etc) compondo uma atmosfera de sonho. O que mais me chamou atenção na poesia acima foi a última estrofe, o perfume da flor continua existindo mesmo depois da destruição da forma que o gerou, como se fossem lembranças do passado.
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