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Abandono (Larissa Rocha)

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A sensação é de ter acordado de um longo sono O corpo todo dormente, alma dolorida, Os olhos inchados... Marcas do abandono Na boca ainda o forte sabor da despedida! Levanto trôpega e tateio ao meu redor Tento em vão me acostumar com tua ausência, Com a ideia de que poderia ser pior, E com o fato de que estou à beira da demência. Talvez tudo isso tenha sido um sonho confuso Daqueles que se acorda pedindo socorro Com um sentimento impreciso e obtuso. Mas o sonho acabou, e minha vida foi-se também Junto com nosso sonho antigo eu morro Levando esse amor, desta vida para além. Flor Bela Rocha

Nos meus olhos (Larissa Rocha)

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Todo vez que meus olhos encontram tua face Num breve instante, a tua no meio da multidão, Vem uma dor, não sei de onde, no meu encalce E sinto um aperto forte no coração Esse aperto eu conheço bem, é a saudade De um romance rápido como um trovão Que deixou só a vontade De um amor que foi só minha ilusão Nos meus olhos eu tento te falar Aquilo que me falta coragem pra dizer A paixão que não posso mais esconder A vontade que eu tenho de te amar... A dor nos meus olhos, qualquer um pode ver Apenas tu não podes e me deixas assim a sofrer! Flor Bela Rocha  mais poemas meus  aqui

Meu coração (Larissa Rocha)

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Meu coração é como um quarto abafado Onde há muito tempo ninguém entra O mesmo velho perfume impregnado Onde a dor sempre se concentra Mas de repente alguém abre uma janela Deixa a brisa fresca renovar o ar Deixa entrar a luz de uma manhã bela Então pude novamente respirar Alguém que trouxe de volta a esperança Levou embora o a triste lembrança Esse alguém talvez seja Ele... Alguém que trouxe de volta a poesia E me mostrou como aproveitar o dia Esse alguém só pode ser Ele! Flor Bela Rocha mais poemas meus  aqui

Versos do dia

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Poeta: Vinícius de Moraes 

Soneto do amor total (Vinicius de Moraes)

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Amo-te tanto meu amor... não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade. Amo-te enfim, de um calmo amor prestante E te amo além, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente. E de te amar assim, muito e amiúde É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude.

Soneto do maior amor (Vinicius de Moraes)

Maior amor nem mais estranho existe Que o meu, que não sossega a coisa amada E quando a sente alegre, fica triste E se a vê descontente, dá risada. E que só fica em paz se lhe resiste O amado coração, e que se agrada Mais da eterna aventura em que persiste Que de uma vida mal-aventurada. Louco amor meu, que quando toca, fere E quando fere vibra, mas prefere Ferir a fenecer — e vive a esmo Fiel à sua lei de cada instante Desassombrado, doido, delirante Numa paixão de tudo e de si mesmo. (Vinicius de Moraes)