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Desconcerto (Larissa Rocha)

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Tua ausência me desconcerta, de tal jeito Que não sei se cabe mais vazio em mim, Ando perdida, quase enlouquecida Temendo que este seja o nosso fim.                                         Busco-te incessantemente, de um jeito insano Mas o silêncio vem de todos os lados... Mais um minuto sem ti e aqui estou Pagando por todos os meus pecados Já pensei em todas as formar de lidar Com essa dor, que é saudade infinda Mas essa agonia, só tua presença alivia... Só o timbre confortante da tua voz linda A saudade castiga como nunca fez antes Neste momento, o silêncio grita E tua falta, já me tirou quase tudo... Só uma folha em branco espera pra ser escrita. Mais poemas meus  aqui

Ausência (Carlos Drummond de Andrade)

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Por muito tempo achei que a ausência é falta.  E lastimava, ignorante, a falta.  Hoje não a lastimo.  Não há falta na ausência.  A ausência é um estar em mim.  E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus  braços,  que rio e danço e invento exclamações alegres,  porque a ausência, essa ausência assimilada,  ninguém a rouba mais de mim.

Abandono (Larissa Rocha)

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A sensação é de ter acordado de um longo sono O corpo todo dormente, alma dolorida, Os olhos inchados... Marcas do abandono Na boca ainda o forte sabor da despedida! Levanto trôpega e tateio ao meu redor Tento em vão me acostumar com tua ausência, Com a ideia de que poderia ser pior, E com o fato de que estou à beira da demência. Talvez tudo isso tenha sido um sonho confuso Daqueles que se acorda pedindo socorro Com um sentimento impreciso e obtuso. Mas o sonho acabou, e minha vida foi-se também Junto com nosso sonho antigo eu morro Levando esse amor, desta vida para além. Flor Bela Rocha

Nos meus olhos (Larissa Rocha)

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Todo vez que meus olhos encontram tua face Num breve instante, a tua no meio da multidão, Vem uma dor, não sei de onde, no meu encalce E sinto um aperto forte no coração Esse aperto eu conheço bem, é a saudade De um romance rápido como um trovão Que deixou só a vontade De um amor que foi só minha ilusão Nos meus olhos eu tento te falar Aquilo que me falta coragem pra dizer A paixão que não posso mais esconder A vontade que eu tenho de te amar... A dor nos meus olhos, qualquer um pode ver Apenas tu não podes e me deixas assim a sofrer! Flor Bela Rocha  mais poemas meus  aqui

Sem remédio (Florbela Espanca)

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Aqueles que me têm muito amor  Não sabem o que sinto e o que sou...  Não sabem que passou, um dia, a Dor  À minha porta e, nesse dia, entrou.  E é desde então que eu sinto este pavor,  Este frio que anda em mim, e que gelou  O que de bom me deu Nosso Senhor!  Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!  Sinto os passos de Dor, essa cadência  Que é já tortura infinda, que é demência!  Que é já vontade doida de gritar!  E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,  A mesma angústia funda, sem remédio,  Andando atrás de mim, sem me largar! 

A louca (Larissa Rocha)

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Para Marcelo Desde o dia que te vi partir Ando feito louca na rua Vivo quase sem existir E tudo isso é culpa tua! Enlouqueci ainda na flor da idade Sei que não foi tua intenção me magoar Mas me diz como manter a sanidade Se não posso mais te amar? Ando com a alma atormentada E ainda escuto tua voz na minha cabeça Não me deixes aqui abandonada Se não queres que eu enlouqueça Passo o dia encolhida pelos cantos E ouço dizer: “pobrezinha, enlouqueceu!” Quando os outros me veem aos prantos Entre soluços a chamar o nome teu Lagrimas inundam os olhos meus Quando sozinha na escuridão Lembro-me do teu último “adeus” Aquele que me fez perder a razão ! "Ai, a rua escura, o vento frio Esta saudade, este vazio Esta vontade de chorar Ai, tua distância tão amiga Esta ternura tão antiga E o desencanto de esperar Sim, eu não te amo porque quero Ai, se eu pudesse esqueceria! Vivo e vivo só porque te espero Ai, esta amargura, esta agonia...

Esta manhã encontrei o teu nome (Maria do Rosário Pedreira)

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Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo doeu-me onde antes os teus dedos foram aves de verão e a tua boca deixou um rasto de canções. No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração que era o resto da vida - como um peixe respira na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos, mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.

Lacrimosa (Larissa Rocha)

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Se for pra ser assim, que seja o melhor pra ti,   Deve ser... Tu escolheste desse jeito Quanto a mim? Morro em silêncio Minha boca sufoca os gritos do meu peito.   Luto contra meu instinto natural Não quero voltar a ver-te (a quem tento enganar?) Mas se te vejo aqui na minha frente, Exaure-se em mim toda a vontade de lutar!   As vozes da ópera cantam sobre algo trágico...   E nossa tragédia está aqui, querido: Embebedar-se em doce ilusão, Morrer de amor sem dele ter vivido!   Por quanto tempo viveremos assim? Sempre que me aproximo, acabo ferida. Mas aceitaria novamente outra chance Nem que esta custasse minha própria vida!        Mais poemas meus em : http://www.astormentas.com/PT/par/poemas/Larissa%20Rocha