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Mostrando postagens com o rótulo dor

A minha dor (Florbela Espanca)

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A minha Dor é um convento ideal Cheio de claustros, sombras, arcarias, Aonde a pedra em convulsões sombrias Tem linhas dum requinte escultural. Os sinos têm dobres de agonias Ao gemer, comovidos, o seu mal … E todos têm sons de funeral Ao bater horas, no correr dos dias … A minha Dor é um convento. Há lírios Dum roxo macerado de martírios, Tão belos como nunca os viu alguém! Nesse triste convento aonde eu moro, Noites e dias rezo e grito e choro, E ninguém ouve … ninguém vê … ninguém …

Desconcerto (Larissa Rocha)

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Tua ausência me desconcerta, de tal jeito Que não sei se cabe mais vazio em mim, Ando perdida, quase enlouquecida Temendo que este seja o nosso fim.                                         Busco-te incessantemente, de um jeito insano Mas o silêncio vem de todos os lados... Mais um minuto sem ti e aqui estou Pagando por todos os meus pecados Já pensei em todas as formar de lidar Com essa dor, que é saudade infinda Mas essa agonia, só tua presença alivia... Só o timbre confortante da tua voz linda A saudade castiga como nunca fez antes Neste momento, o silêncio grita E tua falta, já me tirou quase tudo... Só uma folha em branco espera pra ser escrita. Mais poemas meus  aqui

Deixei de ouvir-te (Maria do Rosário Pedreira)

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Deixei de ouvir-te.  E sei que sou mais triste com o teu silêncio.  Preferia pensar que só adormeceste; mas  se encostar ao teu pulso o meu ouvido  não escutarei senão a minha dor.  Deus precisou de ti, bem sei. E  não vejo como censurá-lo   ou perdoar-lhe.

Nos meus olhos (Larissa Rocha)

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Todo vez que meus olhos encontram tua face Num breve instante, a tua no meio da multidão, Vem uma dor, não sei de onde, no meu encalce E sinto um aperto forte no coração Esse aperto eu conheço bem, é a saudade De um romance rápido como um trovão Que deixou só a vontade De um amor que foi só minha ilusão Nos meus olhos eu tento te falar Aquilo que me falta coragem pra dizer A paixão que não posso mais esconder A vontade que eu tenho de te amar... A dor nos meus olhos, qualquer um pode ver Apenas tu não podes e me deixas assim a sofrer! Flor Bela Rocha  mais poemas meus  aqui

Sem remédio (Florbela Espanca)

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Aqueles que me têm muito amor  Não sabem o que sinto e o que sou...  Não sabem que passou, um dia, a Dor  À minha porta e, nesse dia, entrou.  E é desde então que eu sinto este pavor,  Este frio que anda em mim, e que gelou  O que de bom me deu Nosso Senhor!  Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!  Sinto os passos de Dor, essa cadência  Que é já tortura infinda, que é demência!  Que é já vontade doida de gritar!  E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,  A mesma angústia funda, sem remédio,  Andando atrás de mim, sem me largar! 

De que me rio eu? Eu rio horas e horas (António Patrício)

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De que me rio eu?... Eu rio horas e horas  só para me esquecer, para me não sentir.  Eu rio a olhar o mar, as noites e as auroras;  passo a vida febril inquietantemente a rir.  Eu rio porque tenho medo, um terror vago  de me sentir a sós e de me interrogar;  rio pra não ouvir a voz do mar pressago  nem a das coisas mudas a chorar.  Rio pra não ouvir a voz que grita dentro de mim  o mistério de tudo o que me cerca  e a dor de não saber porque vivo assim. Quem vê teu riso, não imagina a dor que se esconde atrás dele! Rir para não chorar... Quem nunca?! Todos usam máscaras para esconder os verdadeiros sentimentos mas é bom as vezes chorar pois só assim descobrimos que, como diria Sérgio Jockyman, " O   riso diário é bom, o  riso habitual é insosso e o riso constante é insano".

Eu sei (Larissa Rocha)

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"Eu sei e você sabe Que a distância não existe Que todo grande amor Só é bem grande se for triste" (Vinicius de moraes)  Eu sei, tudo que dissestes é verdade Por mais que doa, e dói...  Eu sei, Era hora de encarar nossa dura realidade Mas também é verdade tudo que te falei. Tuas palavras continuam em minha mente Passam como um filme na minha cabeça E eu assistia a tudo passivamente... Nada fará com que eu esqueça. Aquilo doeu, e tua ausência ainda dói É um vazio que nunca será preenchido, A saudade lentamente me destrói, Faz-me desejar nunca ter te conhecido! Mas então não saberia o que sei agora Que amar às vezes é deixar partir, Tua maior prova de amor foi ir embora Eu sei, amor... E tudo isso por causa de ti! Mais poemas meus  aqui

Versos do dia

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Poema: Levai-me por piedade onde a vertigem Poeta: Gustavo Adolfo Bécquer

Volta pra mim (Larissa Rocha)

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Volta pra mim, amor... Sinto tanta saudade! Talvez não passe de um sonho intangível Mas não quero viver nessa realidade Sem ti, viver já se tornou impossível! Se ainda resta algo do nosso amor Volta... Não consigo te esquecer. Ainda te amo... Volta, por favor! Tu bem sabes que não quero te perder Tenho ainda algumas coisas para te falar Do nosso amor eu nunca desisti, Essa distancia não pode acabar Com o amor que sinto por ti Eu não me acostumo com a tua ausência Por isso ainda te espero e te procuro Simplesmente tu és já minha essência Só quero fazer parte do teu futuro Ainda te quero de qualquer jeito As coisas não precisam ser assim Sei que nada mais será perfeito Não importa como, apenas volta pra mim! Mais poemas meus  aqui

Meu maior martírio (Larissa Rocha)

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Meu maior martírio é não saber Quando ou se tu voltarás um dia É isso que enche minhas noites De uma insuportável agonia A angústia que castiga meu peito É quando a noite chega, mas tu não. É quando dá a nossa hora E ela só traz frio e solidão Perdoa, mas não consigo conter o choro. As constelações, mal posso esperar para vê-las Pois meu único consolo é ver O brilho dos teus olhos na luz das estrelas. Mais poemas meus  aqui

A louca (Larissa Rocha)

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Para Marcelo Desde o dia que te vi partir Ando feito louca na rua Vivo quase sem existir E tudo isso é culpa tua! Enlouqueci ainda na flor da idade Sei que não foi tua intenção me magoar Mas me diz como manter a sanidade Se não posso mais te amar? Ando com a alma atormentada E ainda escuto tua voz na minha cabeça Não me deixes aqui abandonada Se não queres que eu enlouqueça Passo o dia encolhida pelos cantos E ouço dizer: “pobrezinha, enlouqueceu!” Quando os outros me veem aos prantos Entre soluços a chamar o nome teu Lagrimas inundam os olhos meus Quando sozinha na escuridão Lembro-me do teu último “adeus” Aquele que me fez perder a razão ! "Ai, a rua escura, o vento frio Esta saudade, este vazio Esta vontade de chorar Ai, tua distância tão amiga Esta ternura tão antiga E o desencanto de esperar Sim, eu não te amo porque quero Ai, se eu pudesse esqueceria! Vivo e vivo só porque te espero Ai, esta amargura, esta agonia...

Persistência (Larissa Rocha)

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Luto contra o tempo aliado à distância Pois o tempo sem ti passa impiedoso E para tornar tudo mais doloroso Ainda há tua habitual inconstância E porque teu amor me é essencial Prefiro acreditar que tudo vai dar certo Que um dia vou te ter por perto Luto porque te amo de um jeito visceral Esta luta incansável simplesmente me assusta Tuas palavras me deixam hesitante E não acho a luta nem um pouco justa Luto contra o risco iminente de te perder Tenho medo de que me esqueças Pois sei que nunca vou te esquecer  Mais poemas meus  aqui

Obituário (Larissa Rocha)

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Causa da morte: Melancolia profunda Devido a um grave trauma de amor Congelando todo sangue que o coração inunda Levando embora tudo, exceto a dor!   Assim quero escrito em meu papel de morte: Que por amor fui tirada da vida Até me foi negada a sorte De um beijo de despedida.   Preparem os documentos de antemão Pois faz tempo que só o corpo me restou Primeiro foi-se a calma, o riso e então, Por fim a alma me abandonou...   Quando te vi, tive como certeza, Desde aquele dia enlouqueci E não pude mais enxergar com clareza... Data da morte: dia em que te conheci !  

Serenata (Cecília Meireles)

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  Permita que eu feche os meus olhos, pois é muito longe e tão tarde! Pensei que era apenas demora, e cantando pus-me a esperar-te. Permite que agora emudeça: que me conforme em ser sozinha. Há uma doce luz no silencio, e a dor é de origem divina. Permite que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo, e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo.