Súplica (Miguel Torga)

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Hoje estive pesquisando um poema para postar aqui no blog e encontrei este site : http://www.astormentas.com/ , fui na barra lateral na seção poemas e escolhi "poema ao acaso", gosto de pegar um livro de poesia e abrir numa pagina qualquer assim como algumas pessoas fazem com a bíbla. Por acaso o poema que apareceu é de um poeta que estou estudando na escola: Miguel Torga, pseudônimo de Adolfo Correia da Rocha, destacou-se na poesia e na prosa portuguesa, um dos representantes do presencismo (segunda geração do modernismo português). O Presencismo caracteriza-se pela emoção estética de suas obras, pelo predomínio da literatura psicológica, buscando sempre uma "literatura original, viva e espontânea".

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